6. Por que não podemos vê-la? Porque ela não interage eletromagneticamente.
A matéria escura não interage eletromagneticamente – o que significa que não absorve, emite ou reflete luz. Ela é “transparente” aos fótons. A única maneira de “senti-la” é através da gravidade. Isso torna a busca incrivelmente desafiadora: os detectores precisam detectar as colisões mais raras de partículas de matéria escura com átomos de matéria comum – um evento que ocorre uma vez a cada poucos anos por tonelada de detector.
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7. Experimentos ao redor do mundo – perseguindo um fantasma.
No subsolo, em minas e túneis, operam detectores: LUX-ZEPLIN (EUA), PandaX (China) e DARWIN (Europa). Sua tarefa é detectar pulsos únicos de colisões WIMP. Até o momento, silêncio. Buscas também estão em andamento no espaço: o satélite Fermi busca radiação gama proveniente de aniquilações de partículas de matéria escura, e o AMS-02 na Estação Espacial Internacional (ISS) busca fluxos anômalos de partículas cósmicas.
8. Teorias alternativas — e se a gravidade estiver “errada”?
Alguns cientistas propõem abandonar a ideia de matéria escura e modificar as leis da gravidade — MOND (Dinâmica Newtoniana Modificada). Essa teoria explica bem a rotação de galáxias, mas falha quando se trata de explicar aglomerados e a radiação cósmica de fundo em micro-ondas. Embora a maioria dos físicos defenda a existência da matéria escura, muitas observações independentes apontam para ela.
9. A Conexão com a Energia Escura — Duas Irmãs Escuras.
A matéria escura e a energia escura são entidades distintas. A matéria escura atrai e forma estruturas. A energia escura (68% do Universo) repele e acelera a expansão do cosmos. Juntas, elas compõem 95% do conteúdo do Universo, deixando para nós, matéria “comum”, apenas 5%. Compreender sua natureza é a chave para uma teoria completa de tudo.
10. O Futuro da Pesquisa — Novos Telescópios, Nova Esperança.
Nas décadas de 2020 e 2030, o Observatório Vera Rubin, o Telescópio Espacial Nancy Grace Roman e o Euclid (ESA) iniciarão suas operações. Eles criarão mapas 3D de bilhões de galáxias e medirão distorções espaciais com precisão sem precedentes. Talvez seja nesta década que finalmente “capturaremos” uma partícula de matéria escura — ou perceberemos que tudo era muito mais complicado do que pensávamos.